14.1.09
Eu sou?
Eu sou,
às vezes
me esqueço de que sou,
me auto esquecendo
não sei nem quem posso ser amanhã.
Não sei como me esqueço, mas sei que me esqueço,
pois sei que quando me lembro(-me),
surge algo do esquecimento,e que ainda não lembro,
mas que sei que foi esquecido ( por mim)-
e vem de novo o começo...
Eu que nunca deveria me esquecer de nada,
me esqueço de mim',
e quando me lembro já não mais posso me ser
inteira, mas fragmentada,
Porque a memória é inacabada,
iludida, parafraseada, (mas de bom coração).
Minha liberdade posso perceber,
ver, tocar,
quando me sou longe de mim.
Sou vento sem fim,
fim sem argumento,
argumento sem sustento
sustento sem conteúdo,
conteúdo sem continente,
continente sem contingente,
contingente sem coração.
A cada estação à cada estação
em chamas de amor dos mais remotos tempos,
sou drama e comédia, pedra e porcelana,
relento e o mais forte sol.
Mas de tudo isso, disso tudo, eu sempre me esqueço.
Gabriela Nieri
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2 comentários:
É... você finalmente se assumiu como poeta! =)
FODAAAAAAAAAAAA
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